Entrevistas

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AGOSTINHO KACHAPA
“HÁ DEFICIT DE QUADROS NO PAÍS”


Doutor Agostinho Francisco Kachapa, docente universitário e director da Escola Superior Politécnica do Namibe, afirmou nesta cidade em entrevista ao “ESPAÇO DO SABER,” que o índice de quadros para responder à demanda a nível do ensino superior é maior. O director tem projectado a construção de campos polivalentes na província.

O docente universitário realçou que, actualmente, o ensino na província está no bom caminho, o papel dos docentes é regular, tendo acrescentado que apesar das imensas dificuldades na concretização de alguns projectos em carteira, “temos que continuar a trabalhar para ultrapassar as dificuldades.”
Atente à conversa:
Espaço do Saber – Que opinião tem acerca da turbo-docência em detrimento da monodocência, face à qualidade do ensino em Angola?
Agostinho Francisco Kachapa – Em relação à turbo-docência em Angola, o que acontece é que existe em alguns casos a carência de quadros com formação de mestrados diferenciados que o país precisa. Os mesmos são solicitados às vezes a trabalhar para várias universidades, razão pela qual existe a turbo docência no ensino superior do país.
ES – Acredita na qualidade do ensino em Angola?
AFK – O objectivo é melhorar cada vez mais a qualidade do ensino e aprendizagem, incutindo nos docentes a necessidade e a importância de actualizarem os seus conhecimentos. Eu penso que o Governo angolano está a fazer de tudo na formação de quadros, e que em curto espaço de tempo esta situação poderá ser ultrapassada.
ES – Para quando a criação de um instituto politécnico com cursos ligados à ciência e tecnologia, capazes de contribuir para o desenvolvimento do país, atendendo o projecto do executivo de construção de zonas económicas especiais?

AFK – O Executivo está a fazer tudo de forma paulatina, basta olhar para as seis universidades regionais criadas, chamadas “áreas académicas.” Somos um país novo, apesar da independência o país está apenas há nove anos de paz e as mudanças são notáveis, pois as coisas não podem ser feitas com imediatismo, mas pouco a pouco as dificuldades vão sendo ultrapassadas de Cabinda ao Cunene e do mar ao Leste.
ES – Quanto à universidade Mandume Ya Ndemufayo, já existem verbas para a edificação do campus universitários nas cidades do Lubango, Menongue, Namibe e Onjdiva?
AFK – Falo da minha província, onde o governo local já disponibilizou um terreno de seis hectares (equivalentes à seis campos de futebol) para a construção de um campus Universitário no Namibe. Agora estamos a aguardar a referida verba para a concretização desse desiderato.